Menina Belém, Princesa do meu Pará

Menina,

que coisa tão linda!

De andar tão faceiro,

por caminhos  estreitos,

um olhar bem ligeiro

e um coração a pulsar,

teu jeito lisonjeiro ,

de sabores e cheiros

me fazes sonhar.

Menina!

Princesa morena,

seu nome é um poema

que vem de além-mar.

De amor e de mais amar,

não te fazes pequena,

sutil flor verbena,

de samba, és tema,

miragem de fé...

e roubas a cena,

abraçando os fiéis

no Círio de Nazaré...

Menina!

Sereia e esguia,

que encanta a Baia

do Guajará,

nem a noite

és fria,

calor de alegria

que nem sei explicar...

Ôh, Menina!

Veredas de rio,

de tuas margens

o assovio,

do Saci o seu olhar,

imagens, nas noites à fio

nada abala o seu brio,

nem tuas noites de luar.

Menina do tacacá!

Do caruru, do açai,

que é teu manjar!

Do Pato no Tucupi,

da farinha de Piracui!

Quero te deliciar...

Menina,

desfilas faceira,

vestida de chita,

tu és tão bonita,

de encantar!

Do meio da feira,

és do vento o açoite,

mergulhas ligeira,

nas águas doce

do Guajará.

Ôh, Menina!

De cheiro-verde!

Tens gosto de peixe

do rio e do mar

de manga, de jambo,

de pimenta-de-cheiro

de sirí, caruru,

vatapá e jambú

de maniçoba

e tacacá

Bragantino é teu xote,

o teu beijo é um cheiro,

é de barro o teu pote

para a água esfriar,

tua pele é cerâmica,

tua argila é vermelha,

tua dança é dinâmica,

carimbó, siriá.

De taperebá

é a cor do luar,

arco-íris de frutas,

cupuaçú, araçá,

açai, buriti,

Camu-camu, bacuri,

cheiro e sabor no ar...

Meu Bem, meu bem,

quem passa por aqui,

te nina e te quer bem,

Belém do meu Pará.

Tucumã, pupunha,

camarão, carangueijo,

são alguns dos desejos

de quem vem te degustar.

Te serves à francesa,

Italiana, alemã, Portuguesa,

satisfazes com certeza,

no sabor e paladar.

Menina faceira!

tens o cheiro das mangueiras,

que dá sombra no verão,

acolhes aqui o poeta,

que atinge a sua meta,

compondo um lindo refrão.

Lugar de lazer e turismo;

Fonte de poesia, lirismo,

romantismo de gerações.

Canta Fafá nas canções

e o gênio Pinduca inventa

a dança que arrebenta

para o netinho e pra vovó

e a tradição alimenta

no gostoso carimbó.

És cura,

com ervas cheirosas

e contas sempre

uma prosa

para os que passam aqui.

priprioca, tatchouli

é o teu feitiço morena,

o perfume que ostentas,

aos que se prendem a ti...

Entre teus verdes Menina,

está seu Bosque

Rodrigues Alves,

abrigando as Aves!

- E as belas praças?!

 Que graça!

Abrindo espaço entre arranha-céus,

e ainda rasgando o véu,

O Emílio Goeldi está

para mais nos encantar

não há quem não tire

o chapéu,

quem não se espante

em olhar

para teu museu

Que comove,

e não importa a idade,

bem no centro da Cidade,

desde o século XIX.

E ainda sobre

o que é teu menina,

há mais sobre

o seu o museu,

e faço um elogio agora,

pois tudo em ti me fascina,

além de ser tão romântico

e o meu nariz se empina

nesse parque zoobotânico,

que a poesia aflora.

Reconhecido mundo a fora,

a Instituição Científica,

no que se propõe  específica,

sobre sociobiodiversidade

és referência na pesquisa

e que se faça justiça

é da melhor qualidade.

Não há do quê reclamar,

não há melhor ou igual

és a rica Capital

da região Amazônica,

merecendo toda a Crônica,

minha Belém do Pará.

És cura com ervas cheirosas,

com boas vindas aos visitantes,

Princesinha elegante

contando sempre uma prosa,

Admirada e formosa

Teu ar faceiro é dançante

Teu aroma é delirante

Enebria mais que rosa.

Menina de vários tons!

Que a multidão segue à pé

Cânticos ricos de fé

Misturam-se entre balões

Nas mãos dos seus peregrinos

Promesseiros genuínos

Entre hinos e canções

Menina Belém graciosa

Te revelas fervorosa

No Círio da Nazaré

Poema de fé e prosa

Do Manto Sagrado a rosa

Tua Mãezinha nossa é.

Menina!

do forte do castelo,

de amor temos um elo,

somos filhos do Pará,

o teu paceiro de guerra!

De Mosqueiro, Soure e Salvaterra,

onde o sol se faz morar.

Menina!

Do Teatro da Paz,

do Bar do Parque,

dos badulaques,

dos ancestrais,

da  Praça da República,

do Mangal das Garça,

de todas as cores,

dores e raças,

dos índios e malocas,

da Estação das Docas

te faço uma súplica

de joelho ou em pé

sob tua garoa

Com toda essa gente boa

Saúdo a Virgem de Nazaré

Ôh, menina!

Que só romantismo revelas,

pintada a óleo sobre tela,

és do artista o olhar,

e só para mais espiar,

vê-se aqui o paraíso

aflorando o sorriso

de quem vem te visitar.

Ôh,  Belém!

De tantas paisagens belas,

da casa das onze janelas,

de Ilhas e ribeirinhos,

sempre acolhes com carinho

em largas ruas ou vielas,

teatro ao ar livre e velas,

revelando-a de mansinho.

És do polo joalheiro

São José liberto,

Do Arcebispo Dom Alberto,

das janela para o rio,

no ver-o-peso faz frio

no desembarcar dos botes

aos olhos dos holofotes

com seus cestos de açaí.

Também vem de Icoaraci

seus alguidares e potes.

De Abaetetuba com sorte,

artesanato de buriti,

traduzindo sua história,

em outubros de memórias,

difícil de resistir ...

E não há como fugir..

do brado, grito de fé,

do povo de Nazaré,

da arte de buriti

das dores, riso e amores,

das fitas, membros em ceras,

da corda e das mangueiras

desde a catedral da sé

com suas dedicatórias,

dos ribeirinhos a retórica

na arte de esculpir

do artesão seu José.

E quem a ti, vem,

não quer partir...

movido por essa fé

ninguém pensa em desistir,

e nem percebem as horas,

que caminha-se à pé

em fervorosa oração,

no calor da emoção,

à basílica de Nazaré...

E, de suas Catedrais,

nos cumes, ficam Pardais

que fazem sua morada.

E nesse ambiente calmo

em oração à Senhora,

fica o Colégio do Carmo,

onde os Salesianos moram

buscando a Protetora

aquela Virgem Senhora,

Nossa Senhora  Auxiliadora.

E assim,

menina Belém,

dos verdes e das garoas,

mereces uma coroa!

Não há quem não

A queira bem.

No musgo da tua cor,

ao longo do seu Estado,

Do qual tu és capital.

Bravíssimo ao ancestral

que te desenhou com louvor,

Cheirosa e de toda cor

És do Pará,

A Belém.

Autoria: Benigna Samselski.