Um Sonho

Ah, que sono! Eu mal aguento o meu corpo!

Deito-me ao seu lado, todo preguiçoso.

Yaannww, é hora de ir pro mundo do sonho,

Carinhos dela no cabelo, sonho mais gostoso.

Estou em uma nuvem no alto do céu,

Ao meu lado tem um pote cheio de mel,

Penso gostosuras nessa nuvem branquinha,

Vejo a estrela mais brilhante - ela é minha.

Abelha, Abelha, o meu corpo vibrando,

Zunindo, zunindo, o meu peito dançando,

Mais mel, mais mel, o pote ainda está cheio,

Delícia, delícia, uma pequena veio.

- Sou a abelhinha colorindo seu sono

De preto e amarelo, de algodão fofo,

Está aqui uma foto, nossa rainha.

- Essa rainha linda, oh, também é minha!

Abelha, abelhinha, vá e chame ela,

Quero ver de perto nossa rainha bela.

- Tolo menino, você não está sentindo?

É da rainha que sente esse carinho!

Pare de ser bobo e olhe atrás de você.

Viro-me e vejo, é nela que me deito,

E o mel não é mel: é o seu cheiro.

O céu estrelado, oh, é o seu cabelo!

Acordo. A princesa continua lendo.

Sinto seu carinho, mas está concentrada.

Viro-me de lado, sua barriga beijo,

Volto a dormir com a mente esvaziada.

Agora estou dentro de um verde bosque

E avisto de longe um verde quiosque.

Vou pra lá. Quem é que está? É uma menina!

Beijo sua mão, chamo-a a mais bonita.

- Oh, puxa vida! É meu único cliente!

Ela vem e beija meu rosto de repente.

Entro no quiosque. Nele vou trabalhar.

Mas como ninguém vem, ele é nosso lar.

Ao fim do dia, os pés dela estão sujos -

Não há preocupações nesse mundo sem fusos -

Pego uma bacia, sento-a em um banquinho,

- Pezinho de princesa há de ser limpinho.

Beijo-os afinal, todos os seus dez dedos,

Dez dedos diferentes e nenhum é feio.

Enxaguo o sabão, seco com a toalha,

Beijo-os de novo, não digo uma palavra.

Calço-os e está pronta para andar,

Mas ela se ajoelha para me abraçar.

- Querida, sua boba, vai sujar de novo.

Aquele foi um momento maravilhoso...

Acordo outra vez, agora ela me vê.

- Tive sonhos tão lindos com você, princesa!

Ela fechou o livro. Oh, parou de ler!

Então ao meu lado ela linda se deita.

Aconchego-a em meu peito, está tão bela!

Céus, como eu amo ser o parceiro dela.

Beijo sua testa, uma testa real...

A testa que me livra de todo o mal.

Aperto-a pelas costas, ouço-a respirar,

A minha fadinha já está a nanar.

Mas aí, eu acordo. Foi tudo mentira.

Um sonho, devaneio, mera fantasia.

Nunca fui para o céu, nunca fui para o bosque,

Nunca lavei seus pés dentro de um quiosque.

Já sabia disso, mas não que não ganhei

Os carinhos dela e nunca me deitei

Ao seu lado: fiquei longe. Sempre tão longe.

Foi só um sonho tudo o que vivi hoje.

Sofro, choro e lamento a minha vida.

Estou com saudade, quero a minha fadinha.

Sofro, morro, mas morro de chateação,

Está doendo muito cá no coração.

Estou sofrendo tanto. Quero um abraço.

Mas à noite, acordo - Estou em seus braços!

8/9/2016

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 08/09/2016
Reeditado em 01/10/2016
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