O POETA E A FLOR  
 
Ia triste, o poeta combalido 
Na dor do amor que ele havia perdido 
Até que no caminho uma açucena 
Diante dos seus olhos lhe acena!
 
Compulsivo, o pobre interpretou 
Ser sinal que o destino lhe enviou 
Mas ao aproximar-se percebeu 
Que a flor ao seu olhar emurcheceu
 
Na sua obsessão pensou na amada:
Flor reaberta, a musa retornada!
Que a flor se abrisse então ele pediu
Num desespero que jamais se viu 
 
Mil vezes insistindo ele rogou 
Já quase desistindo, ajoelhou 
E em pranto copioso ele implorou:
- Acorda, minha flor!!! - e ela se abriu!
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Oldney Lopes ©