Solidário
Quando no ser humano entrevejo
No silêncio da dor dos oprimidos
Quando o coração fala aos sentidos
No peito amargo sofrimento
Por frustrar-me todos os desejos
Em apagar as cicatrizes dos tormentos
Dos injustiçados e sofridos
Não basta murmurar, não basta, não!
É preciso falar, gritar ao mundo
Não apenas em vago gemido
Nem mesmo pelo ser sofrido
È preciso, talvez ferir o coração
Num grito uníssono de união,
Liberdade!...liberdade!
Falar a esmo, a todos os horizontes,
Buscando arrancar da própria fonte
Que gera a dor e o sofrimento
A conversão, o comprometimento
Com a verdade, com a liberdade.
Liberdade para o outro ser,
Talvez tentar à ele devolver
O que lhe foi tirado ou negado.