Pergaminho de amor

Escrevo esta missiva enquanto adormecida estás ao meu lado,

ressona tua respiração no deleite de meus olhos sobre ti,

deslizo a caneta por este pergaminho de histórias antigas,

enquanto meu desejo jamais aplacado percorre tua pele alva,

macia tez que me seduz à cada instante o instinto felino,

poetizo um romance enredado entre teus cabelos negros,

sentindo teu calor penetrar os polos de minha pele arrepiada,

entre idas e voltas meu coração continua sendo teu,

entre máscaras e carnavais de Veneza, tu és meu confete,

poderia a montanha mais alta erguer-se entre nós e ainda seria teu,

em cada "para sempre"faço morada em teu olhar,

em cada "eu te amo" abrigo teus sorrisos,

como poderia deixar de te amar, quando minha vida é tua?

Nenhuma pergunta à responder, nenhuma prova à contestar,

somos o que somos e por isso nos pertencemos,

seres noturnos de noites soturnas de fortunas alheias,

trilhamos caminhos inesperados entre solidão e reencontros,

na certeza de que o amanhã será sempre terra de nosso acolhimento,

cantarei teu encanto como um lobo à uivar para a lua,

derramando meu amor sobre tua existência que me preenche,

pois de ti e para ti exerço minha constância de sentidos...