como o último acorde da mais linda canção
Ultimamente
penso em ti com ternura,
sem expectativas.
Revejo-te
em meus braços sonâmbulo
a mirar o tempo no meu rosto
estampa dos séculos, teus sonhos.
Tenho sido iluminara
em frontispício de um livro inesquecível relido
agudos afilados traços em teus olhos,
este esboço da mais ampla e perfeita solidão.
Ultimamente,
quando lê meus versos
quando colore de afeto
as linhas desenhadas por meus gestos
demoramos como se o instante fosse um rito
como se a leitura fosse leite derramado
e permanecemos como antes
sonâmbulos que acordassem no susto
de um pensamento vivo novo
como último acorde da mais linda canção.
Baltazar