como o último acorde da mais linda canção

Ultimamente

penso em ti com ternura,

sem expectativas.

Revejo-te

em meus braços sonâmbulo

a mirar o tempo no meu rosto

estampa dos séculos, teus sonhos.

Tenho sido iluminara

em frontispício de um livro inesquecível relido

agudos afilados traços em teus olhos,

este esboço da mais ampla e perfeita solidão.

Ultimamente,

quando lê meus versos

quando colore de afeto

as linhas desenhadas por meus gestos

demoramos como se o instante fosse um rito

como se a leitura fosse leite derramado

e permanecemos como antes

sonâmbulos que acordassem no susto

de um pensamento vivo novo

como último acorde da mais linda canção.

Baltazar

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 05/11/2016
Reeditado em 08/11/2016
Código do texto: T5813917
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