Mar
Dimanam a fios pares
Sobre ondulação feminina.
Moldando de mognos entalhes
A epiderme cristalina.
Essas correntes de tenaz destreza
Embotam, pelas águas, a fortaleza,
Daqueles que se chafurdam em presteza
Exclamando sua claustra beleza.
Extraviar-se, porém, ela não deixa,
Com tais frívolos favores.
Apresenta, então, a queixa,
E em ressaca retira os calores.
Nesse período de estéril timidez,
Seu seio meu ego desfez
Quando senti o manifestar,
De sua presença traduzida em mar.