Mar

Dimanam a fios pares

Sobre ondulação feminina.

Moldando de mognos entalhes

A epiderme cristalina.

Essas correntes de tenaz destreza

Embotam, pelas águas, a fortaleza,

Daqueles que se chafurdam em presteza

Exclamando sua claustra beleza.

Extraviar-se, porém, ela não deixa,

Com tais frívolos favores.

Apresenta, então, a queixa,

E em ressaca retira os calores.

Nesse período de estéril timidez,

Seu seio meu ego desfez

Quando senti o manifestar,

De sua presença traduzida em mar.

Rodrigo Leme de Oliveira
Enviado por Rodrigo Leme de Oliveira em 08/11/2016
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