Hora bandida natural do tempo

Hora bandida natural do tempo

Que comove o réles movimento

Que o corpo traça ao beijar

Tempo dissipado pelo vento

Crava feito cruz mais um lamento

Dos morros verdejantes ao luar

Mas se a tez continuar

Invento outro barco a navegar

Sobre as dunas dos lençois

Isentos do opulento cavalgar

tempo rei ininterrupto

Inverossímil ao instaurar

Caso se faça pouco a mim contigo

Apunhalar-te-ei no raio solar

Se por acaso findar as horas do dia

O queimarei feito desgraça

E a fumaça das horas virá

Tudo que o fizer desfaça

Sobre os dias o vão destilar

Mesmo em face do oneroso tempo

Junto as horas e o farto caminhar

Meu amor, enlaçarei o vento

Acinzentado desse lugar

Mendigo de tua grande fumaça

Instauro a cruz e basta

Deixe sangrar

Não importa o tempo ou a fumaça

Nem a teia infeliz da desgraça

Não importa as horas ou os mendigos

Nem a cruz ou o sangue inimigo

Importa somente em teu corpo sem hora

Eu finalmente no vasto ou no ventre

Tocar insolente teu corpo no ar

Victor Leonardo
Enviado por Victor Leonardo em 10/11/2016
Reeditado em 21/01/2017
Código do texto: T5818808
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.