Canto
Eu me acho um grande pensador
Mas ás vezes me acho quietinho embaixo da qualquer abrigo
Esperando por um calor que não vem
Por uma trégua na tempestade braba
Eu fico aqui pensando em soluções
Para o mundo e para, para o universo
Fico tentanto saber
Das verdades que ainda não sei
Mas o que quero, poema, é ficar quietinho chorando
Esperando, o amor que não vem
Esperando, o trem da linha 208
Que não existe, as linhas são até 207
Sou um passageiro do nada e do vazio
Pois a razão da alma é amar
E dela já estou privado
Pelas ilusões que são os medos
Quem derá meus passos fossem notados
São dados a força, às vezes
Querendo que alguém ande ao meu lado
Mas prefiro esperar quietinho
Sem amar, eu posso pensar
Mas se eu pensar, não posso amar
Melhor eu ficar quietinho
Esperando alguma conspiração do destino
Que me amor, e me tire do canto sofrido