NOS JARDINS DO PARAÍSO

Eu tenho uma enorme pilha
De contas vencidas para pagar
Eu tenho que prestar contas
Para metade do mundo
 
Você tem espinhos
Cravados na tua carne
Enquanto tua mãe
Agoniza na cama
 
Mas não perca a esperança
Ainda nos amaremos
Nos jardins do paraíso
Que juntos construiremos
 
No meu céu não há sol
Os dias são tão cinzas
O ar cada vez mais nitroso
A dor consome meus ossos
 
Você sobrevive de migalhas
Do restolho deixado no campo
Fantasmas te fazem companhia
E você ainda tem o sorriso
Mais delicioso do mundo
 
Mas esteja sempre certa
Existe uma porta aberta
Para nós dois em algum castelo
Para exercermos nosso reinado
 
Você tem uma pilha
De pratos para lavar
Vendendo teu almoço
Para a janta comprar
 
Eu não tenho nenhuma solução
E montanhas de problemas
Em minha volta se acumulam
Enquanto minha mente queima
 
Mas não perco a esperança
Um dia felizes seremos
Creia, estamos quase lá
É mais que pressentimento
 
Não sei quem foi que traçou
No alto dos seus desatinos
Esses nossos cruéis destinos
Em retas sempre paralelas
 
Você nem sabe mais
Que perfume uma flor tem
Mas nenhum céu
Fica nublado para sempre
 
Por aí há alguém que diz
Que sou um garoto louco
Mas sinto que falta pouco
Para o nosso final feliz


 
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 16/12/2016
Código do texto: T5855163
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.