Rotina
Na solidão da vida
Os dias se sucedem
Sem alento, sem carinho
Sem amor
E eu fico levando
Esta minha vida
A esmo
Fugindo de todos
E me afogando
Em mim mesmo
No solilóquio sem par
Do desamor.
O dia amanhece, passa,
Morre, chega ao fim
E amanhã também
Será assim
Tudo igual
Como uma tela sem cor.
Com marasmo e lentidão
A vida vai passando
Na rotina que sufoca
Na solidão que magoa
No peito que chora
Uma saudade que atordoa
E no marejar dos olhos
Uma lágrima enxugando.
De tudo isso em mim
Ainda permanece
A firme esperança
De ser feliz um dia
Pois quem amou na vida
Nunca esquece
Que é só o amor
que nossa vida irradia.