Fogo e palha

Num lugar como qualquer outro

Numa noite como outra qualquer

Encontraram-se num mesmo momento

Um homem e uma mulher

Seus nomes desconheciam

Ignorando-se ao passar

No momento em que escondiam

Um fugaz relancear

Num encontro do acaso

Foram as palavras madrinhas

Enfeitiçando o lugar

Com suas mágicas varinhas

Entre nomes que se conhecem

De gente que nunca se viu

Logo ali um fogo intenso

A palha seca consumiu

Depois, rezam cantares,

O incêndio alastrou

Devastando ao seu passar

Qualquer coisa em que tocou

Cantando a uma só voz

Da natureza os elementos

Que nunca viram tal coisa

Perdidos de ciumentos

Caíram águas dos céus

Escorreram lavas vulcânicas

Das palavras que trocavam

Por serem por demais românticas

Naquela história de amor

O fogo jamais se extinguiu

Amando para sempre a palha

Num amor que nunca partiu