O AMOR JÁ ESTAVA LÁ...
O amor!
Ah! (...) O amor!
És como um colírio - um bálsamo!
Refresca-me os olhos e aguça-me a visão.
És como favo de mel. Arrefece-me a alma
Açucarando-me o coração.
Julgam-te cruel e mordaz; tu te mostras suave e verás.
Às vezes amor proibido, unindo rainha e plebeu.
Noutro tempo, amor bandido, aliado do ego, o Eu.
Ó Amor inconseqüente! (...) Surge-me tão de repente
Tão voluptuosamente – às vezes num simples olhar.
Desconheço teus limites, quisera te conhecer
Esquadrinhar-te em teus segredos
Dominar-te por prazer!
Amor da juventude – te retive mais do que pude
Da infância à adolescência – te gerei com paciência.
Tu te lembras amor amigo, tu dentro do peito escondido
A sete chaves, contido, sem poder pronunciar?
Ó Amor fora de época, não queiras me perturbar,
Como se a gente escolhesse à hora, e o tempo de amar.
Quantas vezes jurei, com sorte, não querer me apaixonar.
Quando acordei, pedi a morte!
O amor já estava lá!