DOROTHEA

Dorothea era assim, flor desse triste jardim

e nascera nas redondezas

Da boca "rouge carmin" e dentes cor de marfim

e bela por natureza

Tinha nome de princesa, mas era só uma escrava

Cujo nome herdara da avó de Sinhá Sara

e o motivo era importante, por conta do mesmo instante

em que Dorothea nascia, a boa velhinha partia

galgando o firmamento.

A cíclica que não para, de uma dor que desampara,

uma rosa que jazia, outra roseira paria

à vida e seus ornamentos.

E assim, face a face, uma flor desabrochasse

no lugar de outra colhida;

Uma Dorothea entrasse enquanto a outra deixasse

a mística roda da vida

Cada lágrima que corria, uma outra boca sorria

e a fértil terra regasse, pra fazer com que nela brotasse

outra linda margarida.

Paulo Cezar Pereira
Enviado por Paulo Cezar Pereira em 04/01/2017
Reeditado em 20/05/2020
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