TITUBEANTES

TITUBEANTES

Na mesmice dos dias

Fico as vezes em caminhos de dormência

Na janela de minhas construções

A olhar as folhas

Que brincam com o vento, algumas presas

A finos fios de telhas-de-aranhas

Rolam titubeantes feito bêbadas

A se equilibrar no porre da indiferença

Fico ali todo tempo

Preso a perfumes

Que a muito se evaporou.

Fico ali com o olhar se equilibrando nos trilhos

Das arranhas

Fico ali

Todo o tempo

Que a mesmice pasmou

Meus passos andantes de ontem

José de Brito

Zé de Brito
Enviado por Zé de Brito em 08/01/2017
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