Ela derramou poesia

Ela não pode adiar, derramou poesia...

Onde antes tudo era números e siglas,

gestos emblemáticos e signos vazios,

ela derramou poesia, não adiou mais.

De onde nunca margaridas,

crisântemos, rosas nem jasmins,

onde nem um pé de alecrim

ou erva doce ou caninha da índia

ou hibisco branco ou vermelho

nem os amarelos dobrados

ou os lisos pequenos,

ela derramou poesia.

De si brotou. floriu - ela derramou

e nada mais haveria em parte alguma

que existisse com a mesma força

que tinha as palavras que sentia.

Baltazar

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 11/01/2017
Reeditado em 04/02/2017
Código do texto: T5879176
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