Ela derramou poesia
Ela não pode adiar, derramou poesia...
Onde antes tudo era números e siglas,
gestos emblemáticos e signos vazios,
ela derramou poesia, não adiou mais.
De onde nunca margaridas,
crisântemos, rosas nem jasmins,
onde nem um pé de alecrim
ou erva doce ou caninha da índia
ou hibisco branco ou vermelho
nem os amarelos dobrados
ou os lisos pequenos,
ela derramou poesia.
De si brotou. floriu - ela derramou
e nada mais haveria em parte alguma
que existisse com a mesma força
que tinha as palavras que sentia.
Baltazar