DESILUSÃO

Vivi uma doce ilusão

Um sentimento tão nobre

Etão sã

Capaz de virar ao avesso

O mais impuro coração

Vivi uma expectativa

Cheia de sonhos

E planos futuro

A bonança a suavizar

Meu desejo mais puro

Vivi a esperança represada

No canto de um pássaro

A liberdade esboçada

Numa mão que afaga

A grandeza estampada

Num riso que enlaça

Por um momento

irrompe a desilusão

E me arrasta em seu curso

de rio desviado

Sinto-me aéreo, desnorteado

Sem estrada a me guiar

Fora de mim, fora do chão

Por um momento

Um navio à deriva

Um porto sem barco

Um arco sem flecha

Uma casa vazia

Por um momento

Uma dor descomunal

Crava em meu peito

Sua morte em punhal

E agonizo em meu leito

Num poço de lágrimas

Entendo, por fim,

Que tua felicidade

Não se limita a mim

E deixo que vás

Rumo as estrelas

Sua estrada de luz

Despida de meu egoismo

Preso na amargura

Desse amor que seduz.

16-10-016.

Carlos Abdon
Enviado por Carlos Abdon em 23/01/2017
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