Duas canções

Essas noites me puseram a escutá-la,

Como se o mar cantasse duas canções,

E a terra tivesse ouvido teu sonho,

Partindo em outra melodia ;

Um ouvido inteiro alardeava a tempestade,

Pelo céu que se embebedasse

De espuma nos arrecifes de coral,

E do espírito salgado e ferrenho,

Fervilhassem cem palavras de amor,

Em vinhas de nuvens fechadas,

Acompanhadas do balanço doce

do seu pensamento,

E de cada sentimento,

O Universo fosse o ventre

Celeste e instancial,

Girando em espiral trazendo o vento solar,

A espalhar as vozes harmonizadas

Em injuria ao mar revolto,

De pródigo encanto, agora solto,

Sopra tuas mágoas para longe,

Enquanto danças junto às palavras

Criadas com asas brancas e solitárias

Manchando o céu com a sua pureza branda...

Meu coração, em paz,

Festeja fazendo as mesmas perguntas,

Na pele hedionda de um trovão;

E no tormento único de um raio,

tu não eras mais as pedras nem as espumas,

Eras , apenas, o mar...

Para que saibas,

Minha poesia é a outra canção,

Aquela que te colhe e alimenta,

Envolve e te sustenta com amor

Quando estás cansada de voar,

Por um instante quero que compreendas

O voo pleno dos versos,

Quando repousam no sentido das palavras.

Hão de ter mais corpo e alma,

E beijar teus lábios no salgar de uma dieta da vida.

Sabendo que ainda que eu doe,

É tu que me faz viver.

Perceba que ao nascer, você não é uma árvore, é apenas uma semente...

tem de crescer até chegar ao ponto de seu florescimento.

E esse florescimento será sua alegria, a sua realização.

Esse florescimento nada tem a ver com poder, com dinheiro, com política.

Tem a ver totalmente com você: é um desenvolvimento individual.

Você tem de se tornar uma celebração em si mesmo.

Mas você nunca está completamente satisfeito com o que é e com o que a existência lhe deu porque você tem sido distraído.

Tem sido dirigido para onde a natureza não tencionava colocá-lo.

Você não está se movendo em direção ao seu próprio potencial.

Está tentando ser o que os outros queriam que você fosse, mas isso não pode ser satisfatório.

E quando não é suficiente, você quer mais, então começa a olhar em volta e vai em busca de mais.

E todos à sua volta estão usando uma máscara sorridente, aparentando felicidade, assim, todos estão enganando os outros.

Você também usa uma máscara, então os outros pensam que é mais feliz... E você pensa que os outros são mais felizes.

Do outro lado da cerca, a grama parece mais verde. Essa é a ilusão da distância.

Quando você chega mais perto começa então a ver que não é assim, mas as pessoas mantém os outros a distância.

Você vê alguém com muito dinheiro, então talvez o dinheiro traga alegria.

Olha aquela pessoa... Como parece feliz. Então corre atrás do dinheiro.

Alguém tem mais saúde – corra atrás da saúde.

Alguém está fazendo alguma outra coisa e parece muito satisfeito – siga-o.

Mas são sempre os outros

E todo tormento é que você não está sendo você mesmo.

Simplesmente seja você mesmo e então não existe tormento, não existe competição, não existe aborrecimento, porque os outros tem mais e você tem menos.

Se gosta da grama mais verde, não há necessidade de olhar para o outro lado da cerca.

Torne a grama mais verde no seu lado da cerca.

É tão simples tornar a grama mais verde...

O homem tem de estar enraizado em seu próprio potencial, seja ele qual for.

A única responsabilidade é com o seu próprio potencial, a sua inteligência e consciência – e agir de acordo.

Meu amigo Chandra