PEDACINHOS ( 41 a 51 )
XLI
No quadro negro da vida
O apagador natural
É o tempo. O tempo querida
Que apaga tudo afinal . . .
XLII
Penso mais, mais desacerto
E não percebo porque ?
Quanto maior é o deserto
Melhor eu vejo você.
XLIII
Consultei todos os sábios,
Buscando o ser, ou não ser,
Mas foi, por fim, nos teus lábios
Que aprendi a viver.
XLIV
Não que me faltasse ensêjo . . .
Talvêz fôsse por tolice . . .
Nunca te roubei um beijo ,
Meu amor nunca te disse .
XLV
Minha filha querida, tão querida !
Pequenina, pequenina como que . . .
Tudo, tudo o que tenho na vida ,
A minha vida, minha vida é vôce !
XLVI
Minha filha faz três anos . . .
Que DEUS a faça feliz !
Não lhe de meus desenganos ,
Mas, sim o que em vão eu quis .
XLVII
Como um ser tão pequenino,
Que nem vive de verdade ,
Altera tanto o destino ,
Dá tanta felicidade ?
XLVIII
A vida, o grande tumulto
Que me irrita e me aborrece,
Graças ao teu meigo vulto
Muitas vêzes me enternece .
XLIX
Embora a verdade fira ,
Vai aqui uma bem certa :
Amor é a linda mentira ,
Que ao sofrimento acoberta.
L
De ti um dia, distante ,
Distante, um dia de ti .
Um dia de dor constante ,
Um dia que não vivi .
LI
Feliz aquêle que lê ,
E que, lendo, se sobresai !
Leio tanto ! Mas vôce ,
Nunca, dos olhos me sai ! ...
03/08/07