FRIEZA

Uma das coisas que mais me deixa triste nesta vida

É ter que deixar ir aqueles que amamos

Deixar partir aqueles que são parte de nossas carnes

É vê-los sem folego, sem olhos e sem foco

E enterra-los...se diluírem como gelos no copo

Dói... Mais dizem que a vida continua... Nua!

Na rua nada despista nossa loucura

Os carros passam, buzinam, aceleram

Os ossos são iguais pra todos...

Mais cadê seus rostos na minha memória...

Até quando se desfigurarão?

Tudo no meu peito se incinera

E cadê seus rostos na minha história?

Por mais que tuas lagrimas me invada

Um oceano inteiro me afoga

Não é sentida pelas estrelas por que

Ao contrario da luz do sol que cega

Ainda é negra a madrugada que tudo desova

Solitário é meu nó

Meu dia se dilacera

Sinto pegadas já sentidas e percorridas por outras pessoas

A vida passa como uma cera quente rasgando os Pirineus

Qual faca afiada quente passa na manteiga congelada

E hoje a caça sou eu que me sinto no cio!

Sofrendo calado e imerso na lágrima da mulher amada

Que na cama fingindo-se de morta... Gemeu... de frio.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 21/02/2017
Código do texto: T5919114
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