Enigma
Num relance,
Antes que me alcance,
o fim de outro romance,
Eu te olho um infinito.
Com a estupefação que erige o mito,
Aflito a cada detalhe.
quer para mim gargalhes, ou orvalhes e por tuas galáxias me espalhes...
Para que entre as tuas coxas eu me embaralhe,
ou, simplesmente,
para me deixar definitivamente demente,
jogues os cabelos e assim, me colocando de joelhos.
enveredo com meu brinquedo,
pelos segredos dos seus pentelhos,
desbravando os teus medos...
e gemes e sorris,
voando com pirilampos e colibris,
a noite e o dia alternando haraquiris...
Quando sem você fico mais que sozinho,
luz sem caminho.
Linda toda a vida,
tu és uma primavera-enigma,
que nem o meu amor elucida.
Impagável estigma.
Barthes.