O REINADO DOS SENTIDOS

O REINADO DOS SENTIDOS

Síncope neural que se mostra não transitória,

Excitação que paradoxalmente me faz uma alusão ao Valhalla,

Não me importo, pois tu és minha Valkíria, adornada e injetando-me

endorfinas

Prendo-me a ti, rechaço os campos Folkvang da deusa Freyja,

Tua exuberância me deixa estático como os efeitos dos cabelos da Medusa,

E nesse sentido, de momento inercial, sou teu escravo,

Surto de luz no hodierno big-bang, mundos na minha mente se criam,

Pontilismos cibernéticos revelam a tua imagem,

Tu és a própria quebra de paradigmas, desconcertas Lavoisier,

A tua energia é criada do afeto e da nossa interação,

Vide a luz em uma fenda de uma persiana, que tudo reestrutura

O descortinamento acontece, e se dá uma explosão de fótons,

Uma hecatombe é disseminada, todos os sistemas dão imediato feedback,

Sístole e diástole, parecem coadunadas a ensaiar Beethoven no meu peito,

Algo me toma de assalto, percorre minhas veias e sistemas, de modo que

deixa-me entorpecido,

Sensações paradoxais são a tônica do momento, não tenho subsídios para avaliar,

Uma volúpia me fascina, luto com a sensação que parece querer arrancar

minhas entranhas,

Uma luta entre a razão e o poder da paixão que como ondas reverberam,

Peristaltismo inevitável, como um déspota, expõe-me de forma inexorável,

Em meu mais recôndito local, transformações ocorrem de forma avassaladora,

Como alados, preencho o nicho de nosso amor com abundância de nosso mel,

Nossas entradas seletas, são verdadeiramente para nosso deleite,

Estou deitado em relva majestosa, mandrágoras nos sitiam,

Volto-me para as abóbodas ogivais, igual em Notre dame, como já sabes,

Na terra, como na prometida, há leite e mel,

Usufrui do néctar de forma pueril com grande fagia, o que me enche o peito

com o ritmo alucinado do meu coração,

E nesse momento, fico a jactar-me pela produção farta, a qual escorre inexoravelmente como uma fonte espessa de matéria,

O Vesúvio na pobre Pompéia, não apresentou tamanha piroclastia,

Os mecanismos por ti utilizados, são implacáveis, os quais dão a tônica

desse momento,

Ó quão belas se tornaram os teus passos nas tuas sandálias, as curvaturas das tuas coxas são como trabalhos das mãos de um perito artesão,

Teus peitos, projeções como acúleos

Seu semblante são pinceladas irretocáveis de Michelangelo, vide Sistina,

Saiamos ao campo, vamos deitar entre as folhas de Henna, lá te darei outra

vez as minhas expressões de profundo afeto.