SOPRO DE ESPERANÇA

Sopra-me o vento, e faz-me sentir o

prenúncio de novas possibilidades.

As lágrimas que inundavam os olhos

fartos de angústia, a brisa suave do

teu amor secou.

Assim, atiro-me em um furação de

sentimentos, como a criança que se

lança às cegas do trampolim.

Avisado estou que posso me machucar.

Deste perigo, tenho ciência, e aceito.

O que a minha razão e o meu sentimento

sofrem violentamente, é o medo de perdê-la

ou a impossibilidade de têla para mim.

Sei também que o sopro que te compôe,

nesse, eu não posso confiar, pois, embora

me envolva de forma cálida e protetora, o

salitre da ingratidão de que são feitas todas

as brisas, pode ferir de morte o meu coração.

Contudo, inútil é a embarcação que não lanca,

aos ventos do oceano, as suas velas.

Embora o risco de rasgar, dilacerar ou destruir

o que me move esteja vivo, continuo avançando

entusiasmado a você.

Vejo que me cai melhor velejar em

situação tempestuosa, que ficar flutuando a

deriva no mar dos amargores.

Elton Diniz Pacheco
Enviado por Elton Diniz Pacheco em 05/08/2007
Código do texto: T593357