NUVENS DE AMOR

NUVENS DE AMOR

Oh! Se por bilhões de vezes puder

Ver tua face terna, rosa delicada.

Quisera ser uma gota d’água

Para tocar em teus lábios,

Ávidos, ávidos, meigos, adocicados...

Saciar o desejo, matar a sede.

Dos lábios da morena dos olhos verdes.

Que eu fosse o pente que penteia,

Teus cabelos pretos, lisos, compridos...

Voluteando ao vento que nem as ondas do mar,

Cintilando mais que as estrelas, o sol a raiar.

As nuvens não chegam a os imitar.

A begônia não tem o teu perfume cheiroso,

Fala de amor mais do que o luar, as flores.

Quisera ser teu vestido

Para sentir o perfume,

A suavidade, a meiguice,

O magnetismo, o feitiço,

O calor, o suor transpirando;

Até o sabor dessa pele aveludada,

Virgem como a orquídea orvalhada.

Quisera ser teu espelho

Para te olhar de camisola

Ao frescor e verdor da aurora.

Namorar com teus pelos dengosos

Iguais aos cravos cheirosos.

Caminhar pelo teu corpo

Como o orvalho sobre as rosas.

Que eu fosse um sutiã

Para acariciar os teus seios,

Tesos, sedentos, de amor cheio...

Perfeição do culto e da beleza.

Aromatizados como a essência das flores.

Lindos, fogosos, dengosos, viçosos...

O mesmo que as uvas, saborosos.

Quisera ser teus sapatos,

Forrados com púrpura e linho

Leves como as penas dos passarinhos,

Para aninhar os teus pezinhos

Com muito amor e carinho Djalma P. Guedes