Nuvens no Deserto

Dunas de areia branca

Se estendem no horizonte

O ar seco dominante

Faz a garganta coçar

Os olhos lacrimejam

O calor é muito intenso

O último cantil com água

Pela metade já está

Pés cansados

Vão seguindo

Mecanicamente

Numa trilha

Passam camelos

Passam andarilhos

Levando suas tendas nas costas

Para fazer suas orações

Falam uma língua rebuscada

Não entendo uma palavra

E às vezes, dão uns gritos

Que me deixam sobressaltada

Adiante

Um pouco mais

A roupa pesa cheia de areia

Na ansiedade de estar chegando

O coração já incendeia

Vejo o topo do alvo palácio

Que surge no céu ali na frente

Mais parece um chapeuzinho

Do que um telhado

Propriamente

E mais uns metros

Alcançados

Vejo agora a construção

Muito bela e imponente

Chega a ofuscar um pouco

A visão

Pavões brancos

Dão boas vindas

Vem chegando o anfitrião

Traz com ele uma grande jarra

Cheia de gelado suco de limão

Bebo tudo num só gole

Que delícia refrescante!

Me percebo observada

Pelo senhor de ar bondoso

Que ali veio receber-me

Seu sorriso é algo tão puro

Sua postura da mais alta elegância

Enfim, vamos para dentro

Como são frescos o ar e o chão!

Tudo ali é cintilante

Mais parece uma ilusão

Ouço agora a melodia

Que inunda o ambiente

É o som mais lindo de cítara

Junto a um batuque muito atraente

No ar, uma névoa perolada

De brilho multicolorido

Sobre a mesa um vasto banquete

Tudo ali exala magia

E eis, que uma voz

Bonita de homem

Fala bem no meu ouvido

"Esperava me encontrar?"

Maria Carolina Velloso Mello
Enviado por Maria Carolina Velloso Mello em 10/03/2017
Código do texto: T5936830
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