PAULA

Fiz de sua ausência

o meu mundo,

nele vivo mudo e,

alheio a tudo...

Aqui eu, exilado,

na inseparável companhia

do silêncio,

que tem com zelo,

disciplinado

a mentira de meu viver.

Cruel morada,

de assombroso aspecto,

mesmo assim o que ainda manifesta,

são os pensamentos,

que aventuram-se em alimentar

o desejo de reviver novamente.

Verdadeira contenda

entre o real e a fantasia do renascer,

sem que se perceba

a melodia do réquiem...

Assim, convém dizer adeus,

já não adianta mais sinalizar,

exauriu-se o fôlego da esperança,

para por termo a esta

sensível ausência de Paula...

Wil
Enviado por Wil em 14/10/2005
Código do texto: T59651