Ainda Choro
Ainda sinto em mim a tua presença
Tua foto em minh’alma estampada
Não desbota, não descolore e nem dispensa
Uma última declaração, a voz embargada
Com teu cheiro em meu corpo ainda vivo
A embalar-me no seu seio, e ouço o canto
Mais belo, que é tua voz mais do que linda
Tão triste tua distância, e jorra o pranto
E no peito em que muito choro guardo
Há um músculo, de coração já não o chamo
Que se vê por tantas lágrimas preso, ilhado
E que insiste a me questionar se ainda amo
E não respondo, pois se tento muito, ardo
E, querendo a morte, a que ele pare clamo.