nas cartas que escrevo

nas cartas que escrevo e não mando

- não por esquecer-te, isto é certo -

registro um sentir de até quando

seguirei tão só nesse deserto

de larga distância que nos priva

do verso e do verbo preferido

e desta saudade sempre altiva

que deixa o meu peito tão doído

nas cartas que escrevo, como esta

registro, também, o que me resta

daqui por diante, oh, meu amor:

esperar por novo reencontro

enquanto, prometo, me apronto

para te seguir por onde for

- Lena Ferreira -