Soneto à paixão

Bicho do mato, voraz dentro da gente

Danado, persistente, doido e alucinado.

Este bichim as vezes monstro voado

Se faz de vítima, nunca está contente.

É como doença mau cuidada,

Ferida que lateja em nosso peito,

Pois parece inocente a coitada

Mas não mede tamanho, está feito.

O cabra apaixonado é triste mesmo

Persiste até quando não dar, ele não vê

O dano por dentro da alma padecida

Pelo próprio veneno de amar sem medida,

Paixão mal do ser humano a esmo,

Pecado de muitos, assim como eu e você.

paulmark
Enviado por paulmark em 28/04/2017
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