Somente Hoje

Hoje,

me perdi mais uma vez,

nos teus braços.

Mergulhei,

fui no fundo,

aproveitei o momento,

por um segundo esqueci,

do medo,

me confundindo,

me predendo,

me repreendendo.

Fechei os olhos,

e dexei que você me pegasse,

acreditei em você,

somente naquele momento.

Ouvi,

decorei,

li,

gravei,

cada palavra que me disse,

cada sussurro,

cada gemido.

Como se fosse,

o último dia,

da minha vida,

ou da sua,

do mundo,

como se nada mais fosse acontecer,

como se não fosse mais fazer diferença,

como se não houvesse mais realidade.

Meus pés,

estavam longe da realidade,

extâse,

surreal,

apenas meu corpo,

minha alma,

e minha cabeça distante.

O tempo parou,

voltei no minímo,

cinco anos,

em cinco minutos,

nada havia mudado,

nem eu,

nem você,

nem o amor.

Me permiti,

apenas por um dia,

por uma tarde,

para sempre no infinito.

Você me amou,

como se nada,

nunca tivesse mudado,

me beijou,

como um menino,

me conquistou,

com a inocência,

eu costumava ter essa inocência,

era o que me fazia amar você.

E eu amei você,

com a doçura de uma criança,

com a esperança de uma menina,

eu perdi essa menina,

no momento em que você partiu,

e isso faz apagar as luzes,

parar a música,

sair os teus braços,

e voltar para cinza realidade,

onde não consigo mais acreditar,

confiar,

ou amar você.