Ânimos eflúvios...

Talvez ouvir tua voz ainda seja, 
Um acalanto para o meu coração!...
Ou quem sabe, sonhar meus momentos idos, mesmo
Na surdina, calada, sem nenhuma expressão,
Quando meus olhos hirtos te espreitam
E atentos enfeitiçam-me a alma. Então meu ser;
Desiludido padece  sem as querências do teu ser...
Pobre de mim! Que fadada pelo desengano,
Encharco meus olhos, quando a emoção
Devora-me a sensatez ao ouvir tua voz,
Pois o timbre ainda é o mesmo, que um dia
Fez-me estremecer, e delirar entre sussurros
Ao me embevecer com o teu sorriso,
Como se fosse a mais bela das sinfonias,
Que o meu ser encandeceu; assim, perdi-me
Sob os encantos dos acordes sonoros, onde
Minh'alma deitou e nunca mais acordei.