Apenas um no amor

Como eu queria te dizer

Que você é mais apenas um elemento humano

Apenas uma criação da natureza

Mais uma neste infinito funesto

Porém meu interior grita em estado de agonia

A crua e mais crua poesia

Que sem seu ser

Serei apenas mais um

Sem rota, sem rumo

Sem guia

Sem caminho

Somente mais um perdido no espaço

Minha última gota de existência

É como uma melancólica poesia

Que demonstra tristeza e demência

Praticamente ausente de alegria

Pode ser ilusão

Exagero

Emoção

Ou mais um desespero

Mas,

Tudo, tudo mesmo!

Foi por você e para você

Sair desse longo pesadelo

Que só aumenta

Transformando-se em grande tormenta

Que não consigo retirar

Acho que já fui tudo

E se perguntarem se agora sou

Respondo que eu já era

Porque eu me definhei em saudades

Aprisionei-me em mentiras

Que só em remorsos me recordo

Da dor interna que faz uma imagem

Do sentimento eterno que não me abandona

Já prometi andar novamente

Caminhar longe dessa desilusão

Para poder viver melhor

E viajar para um lugar longínquo

De uma existência atormentada

Foram quedas

Foram lágrimas

Desejos

Foi tudo

E hoje de tudo, tenho nada

De qualidades

“O amor tirou”

Hoje apenas há uma poeira escondida

Um indivíduo esquecido

Que carecia de alguma sina

Para escapar desse grilhos da vida

A solidão foi o resultado

Fui vítima de meus próprios sonhos

Como uma autodestruição

Que deixou os devaneios extinguirem uma imensa dimensão de pensamentos

Onde morbidez, tédio e angústia

Transformou-me em um grande martírio

Lembrando da última rosa

Chorei

Pensando na ultima rosa

Gritei

Amando a última rosa

Morri

Fechei meus próprios olhos

E se vivo? Nem isso eu sei

Que de joelhos implorarei

Para que esse caos cesse

Às vezes me consolo

Refletindo em seus lábios

Pensando no teu cheiro

Olhando tua pele

Porém é só isso

É só por essa razão e nada mais

Que estou aqui comigo

Respirando

Pulsando

Existindo, mas não vivendo

Posso até descobrir horizontes

Até fugir das dores que me aplacam

Ou descobrir um outro planeta

Onde a filosofia não se esconda em ilhas

Mas se exteriorize no perfume de teu corpo

Compreender isso é difícil

Sentir é pior

Mas esconder é impossível

Talvez meus olhos já tivessem revelado

Ou dar uma pista para essa verdade

Que fundamenta minha vida

Que direciona meu espírito

Talvez algum dia ou em outra dimensão

Mesmo onde a inteligência racional esteja ausente

Eu te direi o que cresce em meu peito

Pode ser um rito à loucura

Contudo, só sei

Que esse fanatismo que tenho por você

Não afasta a solidez de um dia tê-la novamente.

Raul Lennon
Enviado por Raul Lennon em 10/08/2007
Código do texto: T600801