Tudo de min.

A torre e o desleixo, a Babel compreensiva

Retalhando o indissolúvel, o tremor mundano se abrindo em crateras.

Os sonhos destemidos e o sorriso enfeitando-me por dentro.

As horas de masmorra que deixei de sonhar com voce, o chão sísmico querendo me engolir por isso, porque tu estás distante?

As calçadas mal traçadas e um individuo trafegando apaixonado e com um coração de dragão.

O muro de Berlim que te sequestra em estrofes e a cada poesia eu te tenho, o parque nos encontrando aos domingos.

A história se refugiando e os incrédulos com as suas tristezas se fazendo vivos os desenhos em quadrinhos e o som do acaso te oferecendo o melhor filme.

O dia sem corte, um lindo rosto pela, manha sem mel e, a sua foto esmaecendo, você sequer entrou e já se vai, diga-me de passagem, que existe vida, porque o amor está no ar,

O cão ornamentado é lindo, o colo sem sangue humano, o paladar apurado do doce beijar.

O prato esmaltado tinindo com o barulho da fome, os gritos vencendo toda e qualquer tortura.

A minha ilha tomada pela enchente, voce na cama rondando-me a noite, o redemoinho insistente me levando a morada. Tudo sonho.

Os soluços, os berros, nossos corpos suados e as canções de amor, o rio abaixo se fazendo mar.

Os troncos arrancados, Sodoma e Gomorra, Hiroshima sentindo Nagasaki.

O pulso do ódio derrubando torres gêmeas,

A sanidade de um amor, a cruz pregada, os muros, as lamentações,

E eu tentando te dar tudo de mim.

Gueko
Enviado por Gueko em 24/05/2017
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