Tudo de min.
A torre e o desleixo, a Babel compreensiva
Retalhando o indissolúvel, o tremor mundano se abrindo em crateras.
Os sonhos destemidos e o sorriso enfeitando-me por dentro.
As horas de masmorra que deixei de sonhar com voce, o chão sísmico querendo me engolir por isso, porque tu estás distante?
As calçadas mal traçadas e um individuo trafegando apaixonado e com um coração de dragão.
O muro de Berlim que te sequestra em estrofes e a cada poesia eu te tenho, o parque nos encontrando aos domingos.
A história se refugiando e os incrédulos com as suas tristezas se fazendo vivos os desenhos em quadrinhos e o som do acaso te oferecendo o melhor filme.
O dia sem corte, um lindo rosto pela, manha sem mel e, a sua foto esmaecendo, você sequer entrou e já se vai, diga-me de passagem, que existe vida, porque o amor está no ar,
O cão ornamentado é lindo, o colo sem sangue humano, o paladar apurado do doce beijar.
O prato esmaltado tinindo com o barulho da fome, os gritos vencendo toda e qualquer tortura.
A minha ilha tomada pela enchente, voce na cama rondando-me a noite, o redemoinho insistente me levando a morada. Tudo sonho.
Os soluços, os berros, nossos corpos suados e as canções de amor, o rio abaixo se fazendo mar.
Os troncos arrancados, Sodoma e Gomorra, Hiroshima sentindo Nagasaki.
O pulso do ódio derrubando torres gêmeas,
A sanidade de um amor, a cruz pregada, os muros, as lamentações,
E eu tentando te dar tudo de mim.