Num só instante

E se a gente voltasse cantar a canção de Elis

e nossos olhares recuperassem o umedecer,

quem sabe o peito não esquentaria

e as mãos tremulantes

roçariam de novo a pele desnuda,

num balanço perfeito e suave

que nos deixariam embriagados de emoção

a ponto de voltar a voar pela cidade

no meio da madrugada,

como se fosse possível emoldurar o céu e a gente

num só plano,

num só espaço,

num só instante.