O falso amante

Não acredite em tudo que falo.

Nem leve tão à sério tudo o

Que lhe escrevo, amada. É

De minha natureza, mentir.

Se lhe digo que amo muito é

Claro que exagero, pois eu a

amo muito mais do que tudo

que amo em mim.

Por outro lado, se lhe digo que

Esqueci de amar-te é porque sou

assim. Porque há tempos, querida,

ando assim tão esquecido da verdade.

Me perdoe pelas vezes que falei ter chorado

por ti. Menti. Como sempre faço. Eu choro

apenas por mim. Porque sou egoísta, sabe?

Não quero dividir o teu pranto com ninguém.

Pergunta se estou bem? Talvez eu esteja,

Mas quando indago o mesmo você, não

Estou interessado na resposta. Tu também

poderia fingir que está tudo bem.

Eu saberei que não está, mas direi que nunca

a vi mais linda e feliz. Quem sabe uma mentira

bem contada e pronunciada um milhão de vezes

não a faça, finalmente, acreditar em mim, amada.

Eu sei que poderia viver sem você, mas sou hipócrita!

não confio mais em minhas palavras e, assumindo,

portanto, o que sou direi agora e abertamente a

maior mentira que já lhe contei: eu não amo você!

Autor: Augusto Felipe de Gouvêa e Silva.

Poeta Curitibano
Enviado por Poeta Curitibano em 08/06/2017
Código do texto: T6021490
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