Versos atravessados na garganta.

Reclamo mesmo assim

Nem penso, se te enfarto

O verso.

Nem penso que te causo

O inverso do que dizes.

Os meus deslizes...

Pensam,deliram,explodem!

Reclamo mesmo assim.

Engolindo por dentro

Orgulhos feridos,faço

Outros versos de espinhos

Perfumados e arrumados

Neste vaso,DILATADO.

Artéria vermelha e tensa.

Poros dilatados,compensa

A dúvida do querer intenso.

Repouso e reclamo.

No pouso,declamo os meus

Versos de vidros quebrados...

Cacos moídos,engolidos sem

Líquido,diluto inverso.

Dói e espanta.

Dói e espeta a garganta acesa.

Seca garganta,sedenta da saliva

Tua.

Nua e crua mulher,mulher em brasas.

E o que ela quer?

Quer o teu verso,moído.

Por ela,ruminado.

Mulher em chagas.

Vagas e ternas (eternas)

Lembranças tuas.

Nuas,despudoradas...

Lembranças nossas.

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 12/08/2007
Código do texto: T603602
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