Versos atravessados na garganta.
Reclamo mesmo assim
Nem penso, se te enfarto
O verso.
Nem penso que te causo
O inverso do que dizes.
Os meus deslizes...
Pensam,deliram,explodem!
Reclamo mesmo assim.
Engolindo por dentro
Orgulhos feridos,faço
Outros versos de espinhos
Perfumados e arrumados
Neste vaso,DILATADO.
Artéria vermelha e tensa.
Poros dilatados,compensa
A dúvida do querer intenso.
Repouso e reclamo.
No pouso,declamo os meus
Versos de vidros quebrados...
Cacos moídos,engolidos sem
Líquido,diluto inverso.
Dói e espanta.
Dói e espeta a garganta acesa.
Seca garganta,sedenta da saliva
Tua.
Nua e crua mulher,mulher em brasas.
E o que ela quer?
Quer o teu verso,moído.
Por ela,ruminado.
Mulher em chagas.
Vagas e ternas (eternas)
Lembranças tuas.
Nuas,despudoradas...
Lembranças nossas.