PARANOIA

Vida significativa, vida que não pode sumir. Não compreendo a lonjura dessa vida.

Ao cuidado que tenho com teus significados, com tua existência, com tua ausência.

Minha loucura talvez seja esta, resistir à dor fria de não vê-la. Por que fazes isso vida?

Fora dessa vida vagueio por incompreensão. Possivelmente, se milagrosamente eu tiveste-te por uns breves segundos, sentiria saciado essa sede de um vazio que só esta vida pode me completar.

Paranoia. Uma paranoia de ter novamente uma vida. Como podes querer tal vida e dizeres que somente com ela se completará? Sou tua, apenas tua, oh vida...

Se soubesses o vaco que me produz, não sumiria assim de dentro de mim, não sumirias assim sem explicação, não sairia cuidadosamente e sorrateiramente de mim. VIDA? PEÇO-TE COM TUDO QUE É DE MAIS SAGRADO, Volta pra mim, ocupa o espaço que somente tu ocupas.

É uma paranoia, uma paranoia de preocupar-se tanto com promessas não cumpridas, prometeu-me e não cumpriu. Vivo uma paranoia, paranoia de esperar a chegada dessa vida. Vivo uma paranoia de preocupar-me tanto com essa vida.

Antônio Freire
Enviado por Antônio Freire em 06/07/2017
Reeditado em 06/07/2017
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