JARDINEIRO DOS MARES
 
Plantei amor, nos mares dos meus desejos
Sementes que eu colhi dentro do meu coração
E adubei com afagos e com beijos
E com águas da ternura reguei essa paixão.

Depois de um tempo os botões desabrocharam
E os galhos se perderam remando na conta mão
Criou raizes nas tormentas e no tédio
Precisando de remédio, encontrei desilusão.
 
E a maresia me pegou daquele jeito
Perfurando o meu peito e enferrujando a paixão
E deu alento à tristeza e a amargura
E louco sai a procura de curar meu coração
 
Colhi tristeza dessabei em sofrimento
E o outono dos mares desfolhou o meu amor
E naveguei nas correntes do lamento
E hoje nem a ternura cura mais a minha dor.