Instantes
Estou aprendendo a viver de instantes
Oscilando entre sentimentos conflitantes.
Entre a dor da separação e o reencontro dos amantes
Entre a distância física e corpos etereamente ofegantes
Entre o farol que quase cega e algumas velas bruxuleantes
Entre sensações abissalmente frustrantes e totalmente radiantes.
Compreendendo que nada pode ser como antes.
No limiar das escolhas disponíveis dos errantes
Na fronteira da proximidade e ilegitimidade dos infantes
Na bifurcação entre o livre arbítrio e o destino previsto pelos cartomantes
Nas linhas interrompidas das mãos lidas pelos quiromantes.
Algo entre o carvão bruto em pedra e os preciosos diamantes
Ora com escolhas bem pensadas ora em insanos rompantes
As vezes tenso as vezes indiferente a sensações irrelevantes
Mas jamais aceitando que de alguma forma fiquemos distantes.