Reflexo oposto

Buscai porém todo bem que

há no fim. Vendo-me agora,

finito que sou, não posso

vender-me - Põe-te à venda!

Cego já é se pensas ver o

que quer que vejas sem teus

olhos despir. Belo? Faz-me

rir ou convença-te primeiro.

Nem a conhece. Dizes que amas?

Ou alimentas esta tua criação

ou bebes da beleza; embriaga-te

e sóbrio de ti restará o desamor.

Nem é tua a criação nem dela

é a beleza e, como tudo posto

outrora serás exposto. Encara-

te a frio. Desvenda-te e verás.

Fazes bem porque te agrada e

ao desagrado refuta, pois, o

teu erro fatídico é inclinado

a tua própria conveniência...

Ora és também ingrato e disto,

esquivas a tua precária visão.

É que errante tens esta aversão

ao pecado. E ainda dizes que ama?

Ama apenas a si e te enganas se

dizes ser capaz de amar defeitos.

Ninguém ama os defeitos alheios!

Antes, perdoa. Antes, tolera...

Liberta-te e aceites a liberdade

dela. Conheça-te e conhecendo na

quiçá ames incondicionalmente e

incondicionalmente possas perdoar(-te).

Autor: Augusto Felipe de Gouvêa e Silva.

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Poeta Curitibano
Enviado por Poeta Curitibano em 25/07/2017
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