O último poema
Se te escrevo este último poema
Nesses versos em que bem sei, te reconheces
Não é por gratidão, ou saudade tardia
Dessa paixão já sepultada e fria
Coroada por rimas que não mereces.
Pois esse amor desvaneceu
como surgiu: sem dia nem lugar certo
Por razões que eu mesma desconheço
E ao ve-lo partir, já não me entristeço
Por não te ter por perto.
Hoje eu percebí
Que aprendí a olhar através de você
A não ligar pra tuas palavras fúteis
Não desejar teus carinhos inúteis
E conseguí, sem nem tentar, te esquecer.
Nunca mais fluirão de minha pena
Corações, estrelas, raios de luz em poesia
Nunca mais vão meus olhos buscar os teus
E pra ninguém foste mais lindo, do que aos meus
Mas tua indiferença me tornou distante e fria...
Se te escrevo este último poema
É pra que saibas, neste verso derradeiro
Que este amor, que foi tão breve quanto intenso
Já passou...como passa um pensamento
Mas no nada que existiu...foi verdadeiro.