A ROSA E A ESTÁTUA

Esta noite me traz estes pensamentos

tão tristes,porém tão belos

que sinto a morte em meu peito

Penso numa coisa falo outra escrevo outra

indeciso sobre qual rumo tomar

Talvez eu vá ao encontro

de minha alva e luminosa donzela

que apesar de não desperdiçar

seus doces pensamentos com minha imagem

está em mim como um orgão

perto do coração por sinal

Amo-a sem esperanças

para não sofrer as dores da desilusão

mas engano-me inconscientemente

pois nenhum platonismo

há de suprir a real presença

É isto que esta noite faz

uma vontade de fechar os olhos

e voar com o vento do meu quintal

beber a lágrima que me escorrer nos lábios

ainda com um semblante de sorriso

Nunca lhe dirigi uma palavra

e por mais que pareça

um dizer de quem se humilha

acho que minha rude voz

não é digna daquela sensível audição

que é mereçedora apenas de melodias

tocadas por harpas angelicais

A noite é um espelho que reflete em pensamentos

minhas contemplações matutinas

peço até para não sonhar com ela

pois a desilusão de acordar

deixaria-me passível de alguma loucura

da mesma forma que minha fal não é digna

não te escrevo por falta de erudição

que apenas cansariam tua vista

e faria com que perdesse tempo

Sinto-me tão inútil e diminuido

como se fosse algum pecado

sentir oque eu tanto sinto

Mas não nego o brilho que há nisto

um homem gostar assim de uma mulher

até um pouco me envaideçe

a pureza dos meus sentimentos

agora não sei se a tristeza me intimida

ou se sou triste

pelo fato de ser tímido.

pedro carmo
Enviado por pedro carmo em 18/10/2005
Código do texto: T60770