Aquela Moça

Um verso saltou dos meus olhos voando

E alcançou os olhos daquela moça.

Moça bonita, bela imagem que excita

Minhas fatigadas retinas e esquenta.

Meu sentido saltou mil metros de altura,

Subiu até as nuvens e choveu sobre mim.

Cada pingo era um sonho e cada sonho um suspiro;

Cada coisa que se nos acontece! Hum! Hum!

Eram tantos pingos quanto sêmen,

Tanta vida quando cores, e tudo vive.

Meus navios soberbos de desejos ancoram

No porto dos teus olhos, atracado no teu coração.

Aqueles olhos me chuparam para dentro de si

Feito redemoinho, um enorme tufão desenfreado.

Aquele olhar feito faca afiada, fere à frio e diz:

Sou tua dona e você é meu, só meu, todo meu.

Como a presa vitimada relutante se entrega na luta,

Lancei minha âncora ao mar da insolúvel nostalgia,

Calei-me nos teus braços, alimentado por teus beijos,

Acalentado no seio dos teus desejos sob a lua amorável do teu querer.