Assim sou
Me sinto tão só
Entre multidões
Me sinto espirituoso
Em minha solidão
As dores que sinto
Não posso explicar
Não é amargor
Nem falta de amar
Quando sussurro
Não podem escutar
Quando eu grito
Pedem pra me calar
Não tenho tristeza
Desconheço a maldade
Desconfio da beleza
Peco pela sinceridade
Grilhões me cerceiam
Sempre a mudar
Acho que vou me libertar
Mais sinto apertar
Pensamentos fúteis
Nunca tiveram vez
Belos sorrisos inúteis
Contradizem a sensatez
Minha alma a sangrar
Não vai cicatrizar
No dia em que parar
Não estou mais a respirar
Se tudo desabar
Irei do pó levantar
De tanto esperar
Aprendi a me moldar
Me apaixono pela franqueza
Me constranjo pela insutileza
Não que me falte delicadeza
Mas sou a própria aspereza
Tenha o meu melhor sorriso
Ou tenha minha total indiferença
Amarei de alma sua presença
Ou desconsiderarei sua existência
Estou a te enganar
Pois, se tento te explicar
Nesse entremeio, estou a mudar
Assim sou...