É SÓ MINHA A MINHA DISILUSÃO
Este ávido amor que me escapa,
arremessa e maltrata, ri de pirraça,
pelo já acordado sonho meu.
Decrépito e vencido, eu sigo aflito,
coração mal querido, carente e fingido,
dizendo que não sofreu.
Porque em suas mãos, entreguei a minha vida,
desprezo e malícia, foi o presente que me deu.
Dormente de dor, permaneço na lida;
petulante atrevida sabe o quanto doeu?
Inutilmente,
busco uma saída,
quiçá, a panacéia.
Se encontrasse, sem pestanejar a tomaria,
entornando-a por uma única via,
e como o meu bom velho sempre dizia:
pior do que nunca ter amado,
é amar miseravelmente.