Isaurinha
Debaixo da pele branquinha,
descobri um dia Isaurinha.
Corpinho delgado, tão frágil
na sua enganosa aparência.
Porém, na nossa delinquência,
conheci o fogo mais ágil.
Sardas no rosto eram pontinhos
de beleza. Impuros peitinhos
iluminavam os seus passos.
O olhar um tanto encabulado,
às vezes de um viés ousado,
emprestava o charme a seus traços.
No paiol, num monte de feno,
curtimos um verão ameno
e o amor impetuoso de fato.
Nos nossos encontros furtivos,
ferviam hormônios ativos
e ela toda tremia no ato.
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N. do A. – Na ilustração, Jovem Fazendeira Sueca de Daniel Gerhartz (EUA, 1965).