Agora, você!
desvio do que me consome!
das irmandades: só o amigo,
do olhar quero a linguagem,
no abraço-porto: a paragem!
da vida, quero o lume, o cheiro, a inteireza,
o gosto pelas palavras, não há mais tempo para falácias.
quero um quintal de muro baixo sem segredos,
com um portão alvinho e duas taças sobre a mesa,
a simplicidade dos pés no chão! e, pelas minhas
e tuas mãos "imensas" quero o frescor da horta,
e, o toque delas em minha essência!
quero cultivar estrelas no céu da tua boca
e tocar o horizonte com as nossas vistas!
ah, se eu te perder por um instante...
que seja somente ao piscar os olhos!
quero o "fazer tudo junto" que transbordou teu olhar,
as flores amarelas do nosso jardim, de frente às janelas
que me recostar! as asas? te darei, na certeza de ver voltar!
quero, o canto dos pássaros, "a lira mais bela"
na suavidade da tua voz, parelha aos meus sentidos...
o Sol acariciando a tua pele e a Lua nos embriagando.
quero aquele lugarzinho que, só te cabe, se couber a mim!
quero o nosso amanhecer pagão,
o entrelaçar das pernas e dos dedos,
quero brincar de te esconder dentro de mim,
e me encontrar no teu profundo beijo!
quero a felicidade do momento, a promessa no teu sorriso,
a fragilidade da entrega, quero aprender-te paraíso!
olhe, prometo ler teu semblante e também, ler-te os livros.]
quero tuas velas hasteadas
na minha chegada, e,
com a minha partida, acesas!
quando eu não mais existir e tu tiveres partido,
ainda viverás e viverei, pois, estarás sempre comigo!
assim, as vezes que eu "parecer"
só
é quando mais estou
é quando mais estás!