AZUL SAFIRA
Ávido de alumbramento,
Procuro pelo céu aberto
O azul safira do olhar de Milena;
Pálido de desalento,
Descubro que no céu coberto
Pelas alvas nuvens passageiras
O manto azul não imita a cor serena
Que a luz natural reflete da safira;
Cálido de sentimento,
O coração arde nas fogueiras
Do amor não correspondido,
Nas águas turvadas da saudade
Amarguradamente resignado se atira,
E do adorável romance jamais vivido,
Sem história feliz marcada no passado,
Nem mesmo um memorável instante,
Vive diariamente a cinzenta realidade
De quem se sabe amante,
Sabendo que não é amado.