falamos de amor

falamos de amor como verdade

como se fala de amor e não se fala

amor nem sempre é assunto para se falar dele

amor foi feito para que possamos vivenciá-lo

na sua mais completa plenitude

assim devemos mais do que dizer e refletir

sentir como ele é na sua própria essência

e quando o amor bate à porta do nosso coração

ele espera que a abramos com um largo sorriso nos lábios

para recepcioná-lo com festa e alegria

mas embora ele festeje conosco não faz alarde em nossas vidas

e tudo assim se faz real quando na sua peculiar surrealidade

de refletir a magia das coisas que nem sempre se traduzem por palavras, mas através de sons, cores, luzes e devaneios

para além daquilo que possamos presumir

porque para amar e quando se ama de verdade

não existe barreiras de tempo, distância e espaço

porque todo tempo é tempo de amar

toda hora é hora de viver um grande amor

não se mede distância porque não há distância alguma

e encontramos espaço em cada espaço do nosso próprio espaço

amar é uma necessidade de querer estar bem próximo

do ente amado estando atento aos mais estranhos sinais do seu olhar

amar é uma incondicional maneira de aceitar

as imposições e os delírios que nos afetam

e relevamos por saber que não se sabe do amor pela razão

mas somente pela necessidade de amar e ser amado

e às vezes de nos fazer tão bobinhos por quem temos a pretensão de ser amados

e quando essa necessidade de amar vai além de si

e se torna outra coisa diferente

mesmo que julgada perfeita em si mesma

não é amor

porque do amor se abstrai afeto, sonho e desejo

mas quando nos precipitamos a falar de coisas

e a fazer uma troca desigual julgando ser o amor

nos enganamos por não sê-lo para além da sua essência

talvez seja bem querer, desejo e amizade

aquela chuva de verão que passa ligeira

ou uma tempestade que deixou vestígios.

porque para fazer amor, digo, para amar...

tem que haver antes de tudo uma entrega

real e natural (sem preconceitos)

assim como a natureza nos oferta tudo de bom

sem nada pedir em troca

assim deve ser o amor

totalmente desinteressado entre nós

e que o interesse tão somente seja o de retribuir

aquilo que naturalmente recebemos

pois no amor

beijos são ofertados

como são ofertadas as fragrâncias dos perfumes das rosas

e como ofertado é o néctar que a abelha busca na flor

assim deve ser o amor

para se amar

e se falarmos

que seja tão somente

"eu te amo".

Rio, em 17 Ago 07

denymarques
Enviado por denymarques em 17/08/2007
Reeditado em 17/08/2007
Código do texto: T611948