Eu, você e nosso amor eterno

Frank! Cante uma música para minha amada, please!

Ao piano "Me and Mrs. Jones" embalam nossa dança,

vamos lá, baby, um rodopio e a leveza de uma pluma,

o salão é nosso céu de estrelas iluminado por seu olhar esmeralda,

os dedos estalando no compasso de um ré maior,

e ao fundo o violoncelo acompanhando nosso rítimo...

Em cada passo, me perco no vermelho das mechas de seu cabelos,

no perfume de flores baunilha que perfumam o ambiente,

o champagne borbulha o gostinho do seu beijo,

saxofones no cais completam a trilha sonora de nosso amor,

Eu, você e nosso amor eterno ao luar sob o mar,

numa dança de paixão e entrega interminável...

Talvez nos achem um casal anos 50,

na opacidade romântica contraposta à modernidade das luzes de neon,

na melodia do jazz na contramão da música techno,

relembrando velhos filmes em preto e branco,

aproveitando a chuva para brincarmos de "singing in the rain",

rememorando aquele encontro marcado às 18h no café Londres,

com sua entrada de filme hollywoodiano em minha vida...

E se mais tarde meus netos nos perguntarem porque somos piégas,

direi que o amor é como uma canção imortal, sobrevive a eternidade de sua intensidade,

como o bailar de um sapateado no tablado do Teatro Municipal,

com milhares de aplausos rendendo-se à sua majestade,

assim reina o maior de todos os sentimentos polimorfos,

amor seu, meu, nosso, de todos que se deixam encantar,

perdidos no caleidoscópio de vida e sensação, de dor e imaginação,

dedilhando uma serenata à meia noite na janela de uma Julieta pós-moderna...

Mais uma Frank, todos os dias revivendo nossa história sem fim...